O Crente e a Ansiedade

Texto Bíblico: Romanos 7.15-25; Mateus 6.25,34; I Pedro 5.7; Gênesis 1.26, 29; 2.18; 3.5,6.

Acredita-se que a saúde humana está interligada numa visão quadridimensional. O homem saudável é, pois, equilibrado nas dimensões biológica, psicológica, social e espiritual. Ninguém é realmente feliz com rupturas parciais, seja em qualquer destas áreas. Ser feliz é, portanto, viver em harmonia saudável bio-psícossocial e espiritualmente. Vamos considerar o aspecto multidimensional da ansiedade, isto é, como a ansiedade pode interferir em nosso corpo => biológico; em nossa estrutura emocional => psicológico; em nossas relações sociais => o aspecto interpessoal; e em nossa formação religiosa => o aspecto espiritual. O que é ansiedade? Como surge a ansiedade? Por que temos ansiedade? Quais os sintomas de ansiedade?

Estas são algumas indagações que irão nortear nosso objetivo de uma proposta psicológica para este tema.

I – Definições e Conceitos de Ansiedade:

A – Numa visão existencialista, ansiedade é o “medo do nada significar”, isto é, o medo de vir a ser nada.

B – Ansiedade é a apreensão deflagrada por uma ameaça a algum valor que o indivíduo considera essencial para sua existência como personalidade.

C – Ansiedade são os sentimentos de incerteza e impotência em face do perigo.

II – Tipos de Ansiedade:

A – Ansiedade Normal > É aquela reação que não envolve repressão ou outros mecanismos de conflito intrapsíquico; É aquela que pode ser enfrentada construtivamente ao nível de percepção consciente.

B – Ansiedade Neurótica > É uma reação à ameaça que envolve repressão (dissociação) e outras formas de conflito intrapsíquico; É aquela que é controlada mediante várias formas de supressão de atividades e consciência, como as inibições, o desenvolvimento de sintomas e os diversos mecanismos de defesa neurótica.

III – Origem da Ansiedade:

A – Ansiedade Normal: é inata, está vinculada ao sistema neurofisiológico herdado – as capacidades para reagir às ameaças no organismo – o instinto de conservação.

B – Ansiedade Neurótica: dá-se mediante um conflito de relações intrapsíquicos na primeira infância. Frustração e ruptura nas relações afetivas; Dá-se por aprendizagem – os estímulos condicionados (ansiedade não é herdada; os medos, fobias etc.)

C – Ansiedade Existencial da Vida (Gn 3.16; Jo 16.33; II Cor 4.8-11; Tg 1.14; Ap 21.3,4)

IV – Métodos para Enfrentar a Ansiedade:

A – Métodos Destrutivos

  1. Fatores negativos como fuga desde a timidez excessiva, neuroses, doenças psicossomáticas, até as psicoses;
  2. Furtando-se à situação de perigo em vez de resolver;
  3. Atividade frenética como forma de alívio – o trabalho como fuga;
  4. Sublimação de pensamentos e/ou rigidez de comportamentos religiosos ou científicos.

B – Métodos Construtivos

  1. A expansão da consciência – o sujeito está consciente do problema, ele tem a percepção concreta entre suas metas e do modo como esses conflitos se desenvolvem;
  2. A reeducação – a pessoa reestrutura as suas metas, procede a uma escolha de valores e avança para uma realização responsável e realista desses valores;
  3. Confessando nossas ansiedades – Sl 32.1-4; Tg 5.16;
  4. Tornando-as conhecidas perante Deus (Fp 4.6; I Pe 5.7).

C – Métodos Neutros/Psicológicos

  1. O método verbal de Sullivan – “Eu estava furioso com o meu inimigo, escondi minha cólera, a cólera cresceu. Eu estava furioso com o meu amigo, resolvi minha cólera, a cólera morreu.”
  2. O método da resignação fenomenológica – A ansiedade é aprender convivendo com ela. Ex: Rimos para não ter que chorar. Resulta em minorar ou avaliar a ansiedade.

Conclusão

I Pedro 5.7 “lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós”.

Este conselho não é um truque psicológico. Muitas vezes, Pedro experimentou como podia entregar todos os cuidados a Jesus e ser aliviado. Assim, Jesus opera também hoje na vida dos seus. Ele quer nos libertar totalmente. Caso contrário, podemos ficar frustrados e doentes. As preocupações não desaparecem sozinhas. Nem outras pessoas podem livrar-nos delas. Muito menos podemos afogá-las com um copo de álcool. Quantas pessoas procuram fazer isto, desesperadamente, mas sem efeito. Podemos entregar a Jesus em oração toda a nossa ansiedade. Esta é a condição para sermos aliviados. Quem assim se entrega ao Senhor acha mesmo em toda escuridão uma mão poderosa que o leva até a pátria celestial onde “Deus enxugará dos olhos toda lágrima” (Fp 4.6; Sl 37.5; Jo 14.1; Hb 10.35)

Por: Pr. Luiz Gustavo Garcia de Queiroz