Os Paradoxos de Uma Vida Vitoriosa
Texto Bíblico: II Cor 4.8-11
É difícil, muito difícil ser valente, forte e vencedor, através da fraqueza, da perda, da frustração, do desapontamento, da ingratidão, do percalço e do fracasso… não fomos preparados, nem formados para tirarmos vantagens e lograrmos êxito nas adversidades. Parece que realmente nunca aprendemos a lidar com nossos sentimentos de onipotência.
Somos seduzidos pelo discurso ufanista, triunfalista e heróico… quem não gostaria de introjetar coragem, fortaleza, vitória, bênçãos, sucessos, alegrias, felicidades, etc?! É praticamente natural essas coisas, aliás, bom seria que nunca ouvíssemos falar de tristeza, de problema, de aflições, de lutas, de perdas e coisas semelhantes.
Entretanto, a experiência humana nos tem ensinado que apesar de tudo, somos, inevitavelmente, seres limitados, vulneráveis, sujeitos às vicissitudes existenciais – somos homens – não somos super-homens e jamais seremos deuses. Por isso, o apóstolo Paulo irá demonstrar alguns princípios – ele não se envergonhava de dizer suas limitações – que nortearão a sua real compreensão de uma vida cristã, vejamos: “os paradoxos de uma vida vitoriosa”.
1 – A Ambivalência (coexistência de dois sentimentos antagônicos) Afetiva Paulina – vs 8
1.1 Atribulados diferente de angustiados.
a – Sentir-se apertado, afligido – é humano e existencial;
b – Viver/sobreviver ao perigo é natural do cristão. Não angustiado = não esmagado.
Uma das grandes seduções pós-modernas no contexto religioso, tem sido a proposta de um evangelho fácil, mar de rosa, sem embaraços financeiros, sem dores e dissabores sociais… A proposta de solução e vitória em tudo tem, infelizmente, sido mal interpretada, à luz do verdadeiro cristianismo. Vemos, cotidianamente, inúmeras pessoas pedindo e buscando uma vida cômoda, serena, bem-sucedida em todas as áreas da existência humana.
Entretanto, Jesus ao despedir-se dos seus discípulos – as últimas instruções ministeriais, assinala alguns princípios para administrar seus conflitos, ansiedade e aflições, vejamos (João 16.33): Reconhecer que elas fazem parte do jogo da vida. Não estranhar o fenômeno – somos todos sujeito: até Jesus passou por aflições. Não reivindicar “direito de exceção”: o perigoso jogo da pretensão humana, carnal.
Administrar com resignação, valentia, coragem e determinação. Não devemos desanimar ou perdermos o “brio”, quando tentamos e não acertamos – tenhamos lucidez e coerência nas dificuldades.
Administrar as tribulações ou aflições na certeza da vitória: Jesus incentiva os discípulos a vislumbrar o valor da esperança…
2 – Ambivalência Psicossocial – vs 9
2.1 – Alijados, excluídos diferente de abandonados.
a – O mundo (sistema vigente criado, apoiado e sustentado por satanás) pode nos rejeitar, porém isto faz parte do jogo das compensações – É existencial;
b – O sentimento de pertencer era forte e claro para Paulo – isto é que faz a diferença do crente.
2.2 – Abatidos – perdas, frustrações, derrotas, diferente de destruir.
a – Somos vítimas dos algozes adversários, na vida sem devermos (não há justiça no mundo, a vida é marcada pela imprevisibilidade, mas há sempre uma saída para os que amam, buscam e fazem aliança com o Deus verdadeiro, Criador, dono e protetor de nossas vidas);
b – Somos vencedores e sobreviventes a tudo – é o fator da nossa experiência com Cristo.
Conclusão
Amados, ainda não fomos provados o suficiente para acharmos que sofremos tanto. Em Jó 42.2, temos a informação que Deus nunca falha e jamais será frustrado em seus planos e projetos. O patriarca Jó aprendeu, como poucos, a doutrina da providência Divina. Para ele, Deus é realmente Todo Poderoso, por isso não pode ser limitado e/ou impedido em seu intento soberano. É preciso que compreendamos o seguinte:
1 – Que Deus é fiel para conosco – Ele não nos deixará sozinhos;
2 – Que toda e qualquer provocação é curta, breve e passageira – tudo passa, tudo passará…
3 – Que para cada aflição, tribulação, perplexidade, perseguição e abatimento, Deus tem um propósito definitivo e claro: Romanos 8.26 “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”.
Por: Pr. Luiz Gustavo Garcia de Queiroz