Os Fundamentos De Um Grande Vencedor
Texto Bíblico: Neemias 3.20
O projeto da construção dos muros de Jerusalém nos dias de Neemias, foi marcado por inúmeros incidentes, fatos e experiências na história de um povo que estava sem teto, sem terra, sem pátria e sem motivação para sonhar com um futuro glorioso e de sucesso.
Entrementes, a história de Israel (combalido, escravo, desanimado e derrotado), começou a mudar quando um homem – Neemias assumiu o compromisso pessoal pela mudança de rumo e de futuro do seu povo. Ele não somente conhece os problemas e dificuldades dos seus compatriotas – (1.2,3), mas toma atitudes relevantes que iriam fazer grandes diferenças no futuro próximo; o que ele fez?
01 – Ele se envolveu de forma afetiva com a tragédia do seu povo – não fica indiferente (1.4);
02 – Ele se envolveu espiritualmente com a dor e os sofrimentos de sua nação (1.4-11);
03 – Ele se envolveu politicamente com a causa do seu povo impotente e escravo diante do rei (2.1-8) – Neemias não tem medo de se arriscar e sonhar com um futuro melhor, apesar dos desafios que iria enfrentar;
04 – Ele se envolveu administrativamente em favor de sua pátria futura, organizando, liderando e decidindo o rumo da história sob a égide do comando supremo – Deus. Neemias não é daqueles que apenas assiste ou acredita passivamente, mas entra no processo da mudança, do mover Divino.
O versículo 20 deste texto, é uma consequência direta do que aconteceu nos versos anteriores, a partir de (2.11-20), onde Neemias acrescenta um ingrediente raro no seu perfil de liderança vencedora – capacidade de driblar e sobrepujar nas adversidades (ele anima o povo para o projeto de construção dos muros). O capítulo 3 é uma narrativa histórica de grandes homens que aceitaram o desafio para erguer os monturos e edificar uma cidade – o projeto Jerusalém.
Diante deste fato, notamos um construtor de rara excelência – Baruque. O que fez Baruque se destacar entre os grandes cooperadores de Neemias, uma vez que a missão é comum a todos e todos estão envolvidos?
01 – Ter discernimento do tempo – saber aguardar a sua hora – (vs. 3.20ª)
1.1 – A expressão “depois” – advérbio de tempo – indica que Baruque soube discernir o momento exato para começar sua parte no muro.
a) Este advérbio é repetido 10 vezes no texto a partir do versículo 16, o que mostra a intenção clara do autor em revelar que havia unidade (nos faz prosperar, nos dá proteção e nos leva a conquista – Eclesiastes 4.9-12), organização e comando (liderança) no projeto da construção do muro.
b) Ser um grande vencedor demanda conhecer sua hora, o seu momento na história.
c) Ser um grande vencedor demanda aproveitar sua oportunidade.
d) Ser um grande vencedor demanda desenvolver relacionamento pastoral saudável e equilibrado.
A naturalidade nos relacionamentos é o que se espera de qualquer liderança. Nada mais gritante num obreiro do que atitudes e sentimentos de crianças (comportamentos infantilizados e regredidos – II Tm 2.16, 23; I Co 3.1-9; 6.4-8; Mt 20.21; I Tm 1.3-7), tais como: ciúmes, perseguição, desrespeito, incompreensão, não reconciliação, iras, inveja, vinganças, revanchismos, parcialidades e preferências entre irmãos, méritos e deméritos verbalizados em público (elogios e críticas), maledicências e hipocrisias. O Apóstolo Paulo ensina que os adultos devem deixar as coisas de criança, inclusive nos relacionamentos infantis (1 Co 13.11). Deus contesta a Jeremias que se recusava a ficar adulto – Jeremias 1.7. Toda arrogância, soberba, indiferentismo e exaltação pessoal nos relacionamentos deve ser repudiada – Tl 2.3,4; I Pe 5.2,3; Rm 12.9-19; 14. 4,10,13. Toda altivez é condenada nas Escrituras.
Somente Deus é grande, Todo Poderoso e suficientemente exaltado, pois Ele é Criador de todas as coisas. Querer exaltação própria é, no mínimo, fraqueza de caráter e, no máximo, uma aberração da natureza. Ninguém é autossuficiente para desprezar os outros. Todos somos limitados e sujeitos às intempéries da vida, isto é, sempre vamos precisar de alguém.
O obreiro não deve, portanto, ser egoísta e presunçoso, a despeito de sua posição e autoridade. Sigamos o modelo por excelência nas atitudes de Jesus, perante o Pai em sua oração sacerdotal (João 17.6-26).
Nesta oração Jesus encerra e esgota o assunto da ética, do amor, do perdão, da obediência, da humildade, do compromisso, da santidade e da aliança com seus discípulos e igreja.
02 – Colocar o Coração na Tarefa – fazer com o coração – (vs. 20b)
2.1 – Todos estavam construindo, mas o autor nota que Baruque estava fazendo algo mais – Ele “reparou com grande ardor”, isto indica:
a) Que qualquer trabalho torna-se prazeroso;
b) Que o entusiasmo suplanta a fadiga e a rotina do labor ministerial e cotidiano;
c) Que a visão do compromisso e responsabilidade do projeto da construção do muro de Jerusalém, tinha chegado na alma de Baruque, em contraste com os tecoítas nobres – vs. 5.
-> Baruque conseguiu enxergar que aquele projeto vinha de Deus e não apenas de Neemias.
-> Como seria diferente se todos os crentes pudessem ter a percepção de Baruque.
03 – Ser Perseverante na Tarefa – (vs. 20c)
3.1 – Baruque é o exemplo de um grande vencedor porque – começa, continua e termina bem o projeto de construir – indicando:
a) Que não é suficiente o entusiasmo no começo – aliás sempre foi fácil começar qualquer coisa com alegria;
b) Que é necessário perseverar com a mesma tenacidade e ânimo no projeto;
c) Que sua visão de terminar é melhor do que começar o projeto – o fim é melhor que o princípio.
-> Baruque reconhece que sua bênção e recompensa seriam grandes, pois estava demarcando um território sagrado – vs. 3.1.
-> Quando trabalhamos para Deus com entusiasmo, estamos demarcando um território sagradíssimo (ganhando vidas para o Reino de Deus).
CONCLUSÃO
Em Romanos 8.37, o Apóstolo Paulo notifica-nos que somos mais que vencedores em Cristo. Baruque e Neemias foram personagens históricos de uma aliança que prefigurava o futuro promissor da Igreja de Jesus na Terra… Hoje temos o dever, o privilégio de também, a exemplo de Baruque, edificarmos nosso muro espiritual. Temos Jesus, nosso Neemias que nunca se cansa, que jamais deixa de acreditar em você. Ele espera que sejamos fortes, combatentes, entusiastas, determinados, corajosos, perseverantes, dedicados e comprometidos (Com Deus, família, Palavra, Igreja) em edificar.
Por: Pr. Luiz Gustavo Garcia de Queiroz