Desenvolvimento Integral da Igreja da Era Pós-Moderna

Texto Bíblico: Rm 12.9-21

É comum nos dias de hoje projetar e alinhar inúmeras propostas do perfil da igreja no século 21. Não são poucos os elementos e ingredientes que têm sido veiculados através da mídia eclesiástica e paraeclesiástica que mais parecem verdadeiros “tesouros da imaginação” de uma teologia da última hora. Fala-se de cura interior, do Evangelho da prosperidade, de grupos familiares, de maldição hereditária, de confissão positiva e tomada dos poderes políticos pela igreja. A globalização também tem chegado às igrejas, seja mediante os movimentos evangelísticos, seja através de  oração e redes de intercessão pela pátria, promovendo gigantesco aparato de mobilização e articulação da igreja pós-moderna.. O que se prega atualmente é a unidade, a restauração, o fortalecimento e o desenvolvimento da igreja diante de Deus, da sociedade e de si mesma.

Para isso, organizou-se simpósios, congressos, associações paraeclesiásticas e movimentos diversos. Quando refiro-me ao crescimento diante de Deus trato do prazer do Senhor no que a igreja é e faz (Mt 3.16-17).

Por crescimento diante da sociedade entendo a influência da igreja diante do mundo (At 5.13; 9.3). E, por crescimento diante de si mesma, entendo aquele sentimento de auto-confiança e segurança (At 4.24). A pergunta interessante é: Quais as características da igreja no terceiro milênio ou como vejo a igreja neste inicio de século? Que contribuições teria para o perfil dessa igreja?

Foi pensando nestas questões que proponho aos diletos leitores a visão do desenvolvimento integral da igreja pós-moderna.

I – As Características Gerais da Igreja Pós-Moderna: 

A – O Desenvolvimento da ação evangelizadora (Mc 16.15-18):

  • A proposta de uma evangelização transparente e objetiva – pregar o evangelho (Rm 1.16);
  • A proposta de uma evangelização convincente para os nossos dias – é preciso acontecer sinais (Mc 16.17-18);
  • A proposta de uma evangelização contextualizada (ICo 9.22 e 26) – é necessário lançar mão dos recursos tecnológicos para lograrmos melhores resultados: as estratégias atuais para salvarmos vidas do inferno.

B – O Desenvolvimento da Ação Sócio-fraternal (At 2.44-45; I Tm 6.17-19):

A igreja é uma comunidade fraternal. Somos irmãos em Cristo e Deus é de fato nosso Pai. A fraternidade Cristã é muito mais que um sentimento, é uma forma de vida. A fraternidade é resultado e ao mesmo tempo causa de vários valores espirituais da igreja. Ela motiva a união, o trabalho, a adoração fervorosa, a hospitalidade, a sociabilidade, a generosidade, a mordomia, a caridade e uma infinidade de valores… Ao mesmo tempo, ela é resultado da consagração, do amor, da fé, da esperança e do altruísmo.

  • Contextualizar a justiça social entre os eleitos de Deus: Dar preferência nos negócios aos irmãos; Promover salário digno; Socorrer os carentes e menos favorecidos da comunidade, mediante ação solidária (teto, roupa, alimento). Por que não?
  • A igreja não pode se omitir ou mesmo ser indiferente com os descalabros do capitalismo selvagem que impera em nosso país, para tanto ela precisa: ser coerente com a mensagem do evangelho de Jesus que ordena fraternidade e amor ao semelhante.

C – O Desenvolvimento da Estrutura Psicossocial (Rm 12.9-21):

  • O caminho da maturidade nos relacionamentos pressupõe: as questiúnculas particulares e pessoais não podem ser entraves para a unidade do Corpo de Cristo, causando-lhe mazelas incuráveis. As diferenças inquebrantáveis devem ser superadas pelo respeito, a ética e o amor (I Co 1.10-13);
  • Resignar e bem-dizer os semelhantes – Rm 12.17-1
  • Valorizar e honrar os outros – Rm 12.14
  • Desenvoltura e crescimento na vida religiosa – Rm 12.11
  • Humildade e franqueza – Rm 12.9-10
  • A importância da família da igreja pós-moderna: A igreja tem uma grande responsabilidade neste sentido, visto ser a família a base da sociedade e o símbolo da igreja. Está provado que dificilmente uma pessoa desajustada em família se ajustará perfeitamente noutros grupos. Assistimos, com frequência, crentes que são instrumentos de desagregação na família e querem ser polos de união na igreja. Isto é impossível. É preciso começar em casa…

D – O Desenvolvimento da Estrutura Doutrinária Teológica (I Co 3.10-11):

  • A igreja não pode confundir experiências religiosas (costumes) com pilares da fé Cristã (doutrina);
  • Ter a Bíblia como parâmetro maior nas questões de fé e prática nas coisas espirituais.

E – O Desenvolvimento da Estrutura Litúrgica (I Co 14.26): 

A Adoração é o pulmão da igreja. É através dela que a igreja expele todo ar venoso e recebe ar novo para continuar vivendo forte e sadia. Muitos acreditam que o Culto é apenas uma reunião social, uma forma de diversão, passarela para desfile de novos sapatos, ternos ou um passatempo qualquer. Por causa deste espírito temos os problemas de ordem, respeito, reverência, críticas, ciúmes, criados nos Cultos.

  • O essencial é o valor espiritual das nossas motivações do Culto.
  • Busca-se o verdadeiro sentido de adoração no ato litúrgico, por isso necessitamos de uma releitura devocional onde não devemos rotular, criar picuinhas e tradições de homens: O Culto deve ser alegre, espontâneo, espiritual e marcado pela demonstração de PODER DO ALTO

Encerro estas considerações com uma sincera oração no sentido de que Deus nos conduza a um reavivamento espiritual para que vejamos a igreja assumindo diante de Deus, do mundo e de si mesma a posição para a qual Jesus a levantou.

Por: Pr. Luiz Gustavo Garcia de Queiroz