OS DESDOBRAMENTOS DA ALIANÇA DE DEUS E OS NOSSOS MEDOS

TEXTO BÍBLICO: Isaías 43.1-5

O medo é um gigante a ser derrotado. O medo é o primeiro limite que é imposto para alguém vencer (medo exagerado). É preciso coragem para viver e vencer. O medo é a falta de visão da suficiência de Deus (Pv 28.1). O medo produz tormento físico, emocional e espiritual (Sl 56.3, Sl 118.6, I Jo 4.18, I Jo 5.3, Pv 1.33). Assim, é tarefa primordial vencer e administrar o medo.

Todos têm medo e o homem nasce sob a égide do medo. Essa emoção é básica porque o homem nasceu em pecado (crise do medo). Na vida intrauterina ocorrem emoções de medo. A criança sente medo de aborto (matar, sufocar, assassinar, cortar em pedaços). O medo é um companheiro inexorável da vida. 

Quem tem medo de barata ou de rato? Esse medo é administrável – as baratas e os ratos não são valentes. Quem é resolvido emocionalmente supera o medo das coisas de fora → grandes personalidades, poderosas instituições, legalismo, notícia ruim, ameaças, afrontas, etc.

As coisas de dentro devem preocupar → o que é gerenciado internamente (orgulho, ira, culpa, angústia, ansiedade, autoestima negativa, mente passiva, insegurança, etc.). Deus me fez uma pessoa corajosa (Adão e Eva receberam este mandato cultural). O homem não é pássaro e voa, não é peixe e nada.

O fenômeno emocional chamado medo é contemporâneo à existência humana. Desde que nascemos somos todos, sem exceção, objeto dos ataques e aventuras do medo. A pergunta interessante é:  por que temos medo (Gn 3.10)? A segunda indagação é: o que é medo? Seria um sentido de ausência protetora? E, finalmente, a terceira inquirição: quais são os significados do medo ou, ainda, o que pode acontecer se vivermos em constante medo?

I. O medo de não ser e a resposta de Deus – Is 43.1.

O compromisso divino em nos fazer sentir quem somos: remidos, comprados, resgatados – agora temos amo, dono, Senhor. Não vivemos mais como ovelhas desgarradas, sem pastor (que alimenta, protege, dirige, ensina, forma, corrige).

II. O medo de não estar e a presença de Deus – Is 43.2.

A. Somos desafiados todos os dias a vencermos. Por isso passamos pelas águas, pelo fogo, por tribulações, perplexidades, perseguições, abatimentos, hostilidades, ridicularizações, afrontas, ventos contrários e vagarosos, situação de opressão e tempestades diversas.

B. Deus se faz companheiro e fiel protetor, o que nos deve levar a descansar nEle, pois vai cuidar sempre de nós, vai operar em nós, por nós e através de nós. Basta começarmos a agir (orando, buscando, dedicando, consagrando, pedindo, batendo, confiando, temendo) para Deus reagir (encorajando, salvando, restaurando, fortalecendo, livrando, avivando, consolando, perdoando, restituindo as perdas passadas). Deus fará proezas….

III. O medo de não ter e o compromisso de Deus em nos dar – Is 43.3, 4, 5.

A. Somos avaliados, quase sempre, pelo que temos. Por isso, às vezes sentimo-nos: diminuídos, inferiorizados e desequilibrados, haja vista que o homem é um ser altamente emocional:

– na dimensão social: afetividade e aprendizagem, fatores da estrutura egóica do indivíduo;

– na dimensão neurofisiológica: o organismo reage às impressões do mundo externo e somatiza conteúdos psicológicos no corpo (coração, intestino, rins, expressões faciais, etc.);

– na dimensão cognitiva/existencial: ambivalência, contrastes e conflitos (ora equilibrado, ora desequilibrado). Alguns fatores originários do desequilíbrio emocional são:

. as influências da ideologia do ter: na sociedade consumista do século XXI; no comportamento egoísta e avarento da sociedade pós-moderna; nos estados de beligerância e intolerância entre povos e nações (Síria, Iraque, África, Europa);

. a cultura inflacionária: promotora da ansiedade, medo, angústia e depressão social;

 . ambiente familiar, lares neurotizantes e amedrontadores.

B. Deus nos mostra o quanto Ele faz por nós (providência divina): Ele nos deu – v. 3; Ele nos dará pelo Seu amor – v. 4; Ele se compromete a fazer tudo pela nossa memória-descendência – v. 5.

CONCLUSÃO

A fidelidade de Deus é grande o bastante para nos libertar do medo, do pavor. Ele se compromete sempre em fazer a diferença por nós….

Ele é infinitamente maior do que os nossos medos e conflitos; do que nossas aflições, angústias, ansiedades: existenciais, emocionais, espirituais, sociais, familiares, sentimentais. Ele sabe nos compreender em tudo…

Portanto, sejamos encorajados, esperançosos, seguros, equilibrados, sóbrios, criteriosos e pacientes.

Ainda que tenhamos começado mal, terminaremos bem e a vitória é certa em nome de Jesus!

“O fim é melhor que o princípio”.

Por: Pr. Luiz Gustavo G. de Queiroz